Cemuc/UFCA participa de projeto para registrar rabequeiros, rabequeiras e luthiers do Ceará em plataforma digital

Publicado em 31/08/2021. Atualizado em 31/10/2022 às 16h06

Mestre Zé Barroso. Foto: Fabiano de Cristo/ Projeto Madeira que Cupim Não Rói

O Centro de Estudos Musicais do Cariri (Cemuc), grupo de pesquisa da Universidade Federal do Cariri (UFCA), está participando do projeto Madeira que Cupim Não Rói, idealizado pelo professor Michael Silvers, etnomusicólogo da Universidade de Illinois (EUA), e pelo músico, compositor e luthier Francisco DiFreitas (Juazeiro do Norte-CE). A iniciativa tem por objetivo registrar – por meio de uma plataforma digital audiovisual – os rabequeiros, as rabequeiras e os luthiers que fazem rabecas no Ceará.

A atividade consiste em localizar e cadastrar mais de 150 artistas em um site por meio de pesquisas de campo e envio de formulário digital. De acordo com o professor Márcio Mattos, coordenador do Cemuc/UFCA, o projeto segue as pesquisas iniciadas pelo professor Gilmar de Carvalho, falecido recentemente de covid-19, e por Francisco Sousa. Eles publicaram dois livros sobre as rabecas no Ceará: Tirinete: rabecas da tradição (2018) e Rabecas do Ceará (2006). As obras estão sendo usadas como referência para o projeto.

Benefício para rabequeiros 

A diferença entre o catálogo feito por Gilmar de Carvalho, com fotografia e texto, é que, agora, os próprios rabequeiros terão a oportunidade de se registrar com celular. Conforme Márcio Mattos, o projeto também tem o propósito de ensiná-los a usar esses equipamentos, já que a maioria dos rabequeiros não têm costume de fazer este tipo de registro. “Muitas vezes existem os editais dos municípios, das secretarias, do governo federal, e eles acabam não participando, porque não têm como se inscreverem nesses projetos”, ressaltou Mattos. 

O coordenador da pesquisa, Francisco DiFreitas, destacou que a parte mais importante do projeto é a construção desta plataforma multimídia, que ficará vinculada ao portal da Universidade de Illinois. “Uma espécie de ‘currículo artístico’ que irá facilitar o acesso desses artistas a recursos oficiais, como a inscrição em editais de cultura, por exemplo”, explicou DiFreitas. Além de ser um apoio aos rabequeiros, o projeto também disponibilizará na plataforma o material coletado (fotos e gravações) para que sirva como fonte para outras pesquisas. 

Rabequeiros, rabequeiras e luthiers que tenham interesse em participar da pesquisa já podem preencher o formulário on-line (Link para uma nova página).

Parceria com a UFCA

Desde 2016, o professor Michael Silvers, etnomusicólogo da Universidade de Illinois (EUA), um dos idealizadores do Madeira que Cupim Não Rói, é integrante do Cemuc/UFCA. Por essa proximidade e pelo conhecimento do grupo de pesquisa com o tema, o professor convidou o Cemuc/UFCA para participar do projeto. “O Cemuc/UFCA já tem essa experiência de registros na região do Cariri, como Agrupamentos Musicais do Cariri cearense, Sala de Concerto, Luthiers do Cariri cearense, entre outros”, explicou Márcio Mattos. 

Serviço

Projeto Madeira que Cupim Não Rói – Mapeamento dos Rabequeiros do Ceará

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