Pesquisadoras da UFCA integram projeto de pesquisa sobre trabalho e saúde mental de agentes comunitários de saúde, aprovado para financiamento em Harvard

Publicado em 09/06/2021. Atualizado em 31/10/2022 às 16h00

Foto: Carlos Gibaja/Comunicação do Governo do Ceará

Projeto de pesquisa sobre os efeitos da covid-19 e da violência no processo de trabalho e na saúde mental dos agentes comunitários de saúde, da Fiocruz Ceará em parceria com várias instituições, entre elas a Universidade Federal do Cariri (UFCA), foi aprovado no edital 2021 do Fundo de Pesquisa Lemman Brasil. A entidade internacional, em parceria com a Universidade de Harvard, fomenta a colaboração entre bolsistas e apoia projetos de pesquisa focado em questões atuais do Brasil. Da UFCA, participam as professoras e pesquisadoras Maria Rosilene C. Moreira e Milena Silva Costa, da Faculdade de Medicina (Famed).

A pesquisa, intitulada “Efeitos da Covid-19 e violência no processo de trabalho e na saúde mental de agentes comunitários de saúde no Brasil” (“Effects of covid-19 and violence on the work process and mental health of community health agents in Brazil”), será realizada em oito cidades da região Nordeste, sendo quatro capitais (Fortaleza, Recife, Teresina e João Pessoa) e quatro municípios do interior do Ceará (Sobral, Juazeiro, Crato e Barbalha). Tem à frente a pesquisadora em saúde pública da Fiocruz Ceará, Anya Vieira Meyer, e a cooperação da professora associada de Harvard, Aisha Yousafzai.

Conforme a professora Milena Costa, a atuação da UFCA se dará de forma contínua, mediante a coleta e a análise dos fenômenos de interesse, investigados com os agentes comunitários de saúde das cidades do Crajubar. Para a pesquisadora Rosilene Moreira, trazer a pesquisa para o contexto do Cariri, representada por Crato, Juazeiro do Norte e Barbalha, será uma oportunidade científica de desvelar como ocorrem os processos de trabalho dos agentes comunitários na região frente aos desafios impostos pela violência e a covid-19. “Isso contribuirá para o planejamento de políticas regionais que resultem em melhoria da qualidade de vida no trabalho desses profissionais que estão em contato íntimo e rotineiro com o território”, explicou Rosilene.

A pesquisa

A pesquisadora em saúde pública da Fiocruz Ceará, Anya Vieira Meyer, explica que o estudo se insere dentro de uma série de pesquisas envolvendo agentes comunitários de saúde que já vem sendo realizadas. “Em 2019, estava sendo realizada uma pesquisa sobre violência no território e o impacto disso na saúde mental dos agentes comunitários de saúde e no seu processo de trabalho. Na época da coleta dos dados, chegou a covid. Isso trouxe ainda mais pressão para os agentes. Até porque eles são, dentro da estratégia de saúde da família, aqueles que habitam dentro do território em que trabalham. Eles têm uma relação mais próxima com a comunidade, são mais expostos ao que acontece na comunidade”, ressaltou.

Os agentes comunitários de saúde são capacitados para prestar uma série de serviços nos territórios, incluindo visitas domiciliares, atividades de promoção da saúde e servir de elo entre as unidades de saúde e as comunidades. Nesse contexto, eles têm potencial para desempenhar um papel importante no combate à pandemia, trabalhando no rastreamento de contatos, coletando informações sobre as pessoas infectadas e orientando-as e à comunidade para conter a transmissão comunitária. No entanto, questões contextuais, como a violência, podem influenciar seu processo de trabalho e seu papel no combate à covid-19 e outros agravos à saúde, principalmente em grupos que vivem em territórios vulneráveis.

“Com esta pesquisa, pretendemos gerar informação científica e assim possibilitar que a comunidade científica em geral conheça os processos de trabalho e os desafios enfrentados na atuação dos agentes de saúde junto às comunidades, tanto das áreas rurais quanto urbanas, a exemplo da pesquisa já iniciada nas capitais Fortaleza, João Pessoa, Teresina e Recife”, explicou Milena Costa, pesquisadora da UFCA. A investigação terá duração de dois anos.

Fundo de Pesquisa Lemann Brasil

Desde 2016, o Fundo de Pesquisa Lemann Brasil apoia pesquisas, desenvolvidas no Brasil, em parceria entre pesquisadores de Harvard e pesquisadores brasileiros. Na edição de 2021, além da pesquisa com os agentes comunitários de saúde, foram aprovados outros seis projetos (Link para uma nova página).

Serviço

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