UFCA, IFCE e Unilab se unem para fortalecer o combate ao assédio nas instituições federais

Publicado em 09/10/2025. Atualizado em 09/10/2025 às 14h31

Em reunião virtual realizada nesta quinta-feira (9), instituições compartilharam experiências e discutiram a criação de políticas conjuntas para a construção de ambientes acadêmicos mais seguros e inclusivos.

Representantes da Universidade Federal do Cariri (UFCA), do Instituto Federal do Ceará (IFCE) e da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab) participaram, na manhã desta quinta-feira (9), de uma reunião estratégica para o compartilhamento de experiências sobre a prevenção e o enfrentamento ao assédio e à discriminação. O encontro, promovido pela Comissão Gestora de Prevenção e Enfrentamento do Assédio e Discriminação (CGPEAD) do IFCE, buscou alinhar práticas e discutir desafios comuns na construção de políticas institucionais mais eficazes.

Representando o IFCE, a Profa. Moiza Medeiros destacou a necessidade de um plano setorial prático, que reflita a dinâmica da instituição. Ela mencionou a importância de ouvir as experiências de outras instituições, para entender como estão implementando suas políticas e quais estruturas estão em uso.

O Prof. Edson Vieira, também do IFCE, trouxe à tona os desafios práticos de uma instituição multicampi. Ele apontou que a complexidade da estrutura organizacional e a dificuldade de padronizar procedimentos geram desconhecimento sobre as instâncias de apoio. Além disso, citou questões de infraestrutura, como a necessidade de espaços adequados para acolhimento e mediação de conflitos, enfatizando a importância de uma abordagem preventiva em relação a assédios e discriminações.

Servidores do IFCE, UFCA e Unilab em reunião virtual

A UFCA apresentou sua experiência na elaboração da Política Institucional de Prevenção e Enfrentamento ao Assédio, Violência e Discriminação. A Corregedora da universidade e presidente do comitê permanente de acompanhamento da política, Márcia Macêdo, detalhou o processo, que incluiu um Grupo Técnico de Trabalho com representantes de vários setores da instituição, seminários presenciais nos campi e formulários online para garantir a participação da comunidade acadêmica. Ela destacou que a preocupação central da política foi garantir que as medidas de prevenção e acolhimento tivessem um caráter estrutural e permanente, indo além de ações pontuais ou de gestões específicas.

O desafio da instituição, agora, é transformar esta política em ações concretas para a comunidade acadêmica, através de um plano setorial, com prazos e metas para a implementação do normativo. Nesse sentido, Anderson Nayan, assistente social da Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (PRAE) da UFCA e membro do comitê, complementou a discussão destacando a importância de integrar as ações de prevenção a eventos já consolidados no calendário acadêmico para ampliar o alcance e a efetividade das campanhas de apoio e conscientização.

A perspectiva da Unilab foi apresentada pela assistente social Socorro Maciel, que detalhou os desafios na construção de sua política de enfrentamento ao assédio. Ela ressaltou a complexidade singular da Unilab, cujo corpo discente multinacional exige um trabalho educativo muito sensível a diferentes contextos culturais, especialmente em temas como consentimento e violência de gênero.

Apesar dos desafios comuns revelados no debate, como a dificuldade de padronização em estruturas multicampi e a resistência a mudanças, a reunião consolidou um sentimento de propósito compartilhado. A iniciativa reforça a articulação entre as universidades para uma atuação proativa, focada na construção de uma cultura de respeito e segurança que vá além da simples resposta às denúncias.