UFCA distribui testes rápidos de Covid-19 entre municípios do Cariri

Publicado em 08/01/2021. Atualizado em 31/10/2022 às 15h42

Teste rápido para detecção de anticorpos para Covid-19. Foto: Ana Paula Lima. Dcom/UFCA

Nesta semana, a Universidade Federal do Cariri (UFCA) doou cerca de 2 mil testes rápidos, para detecção de anticorpos para o novo coronavírus (SARS-CoV-2), a instituições de saúde do Cariri. A Secretaria de Saúde de Juazeiro do Norte recebeu 700 testes rápidos, capazes de identificar tanto se a pessoa testada está ou esteve recentemente infectada quanto se ela já entrou em contato com o novo coronavírus há mais tempo. Também receberam testes da UFCA o Hospital São Vicente de Paulo (700 testes) e o Hospital do Coração (300 testes), ambos em Barbalha; além do Hospital Geral de Brejo Santo (300 testes).

Os testes chegaram à UFCA no último dia 4 de janeiro de 2021, após aquisição de materiais e de equipamentos de saúde com recursos específicos, repassados pelo Ministério da Educação (MEC). Esses recursos foram disponibilizados a universidades federais que, apesar de ofertarem o Curso de Medicina, não possuem hospital próprio e, assim, contam com entidades parceiras para formarem profissionais médicos. Na UFCA, os recursos foram recebidos pela Faculdade de Medicina (Famed/UFCA), a quem coube indicar o que seria comprado e como os itens seriam distribuídos e auditados.

De acordo com o diretor da Famed/UFCA, professor Cláudio Gleidston, as instituições que receberam testes da UFCA atuam recepcionando os estudantes da Universidade em fase de internato, que é o estágio curricular obrigatório dos futuros médicos, nos dois últimos anos do curso: “Foi importante repassar imediatamente os testes para essas instituições porque esses testes têm prazo de validade, que, no caso do material doado, vai até abril deste ano”, explica.

Ainda conforme Cláudio, a UFCA recebeu recebeu R$ 1,5 milhão dos R$ 39,7 milhões repassados pelo MEC às universidades sem hospital universitário. Com os recursos, a UFCA adquiriu testes rápidos, kits de testagem para exames de detecção de material genético do novo coronavírus (PCR e RT PCR – link para uma nova página), além de insumos para a realização desses testes, em laboratório. Segundo o diretor da Famed, os estudantes de Medicina da UFCA em fase de internato serão submetidos a testes para a Covid-19 antes de iniciarem suas atividades práticas em 2021, o que deve ocorrer no mês que vem.

Testes rápidos X Testes moleculares

A diferença fundamental entre o teste rápido e o teste molecular está no que cada um identifica. Enquanto o teste rápido identifica anticorpos, o teste molecular identifica a presença e a quantidade de material genético do que está sendo procurado (no caso, o novo coronavírus). Assim, o teste rápido só funciona depois que o organismo desenvolve anticorpos – e pode dar negativo mesmo que a pessoa testada esteja infectada, caso ela tenha entrado em contato com o vírus recentemente e ainda não tenha produzido anticorpos. Assim, a contribuição dos testes rápidos está, principalmente, no controle da pandemia, para que se tenha uma estimativa de quantas pessoas, em grandes populações, já tiveram contato com o SARS-CoV-2.

Já os testes moleculares são mais demorados e caros, importantes para diagnósticos individuais. Conforme destacou Cláudio, em entrevista concedida em maio de 2020, seu principal objetivo é contribuir para a adequação da conduta médica: “o teste é importante porque, se tenho um paciente com H1N1 [enfermidade que também atinge o sistema respiratório], minha conduta é uma; se tenho um paciente com Covid-19, minha conduta é outra. A conduta médica adequada aumenta a chance de recuperação de um paciente”, disse.

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