VI EREDS tem início com mesa temática debatendo a necessidade de se ocupar a cidade

Publicado em 02/05/2018. Atualizado em 31/10/2022 às 11h14

Mesa de Abertura do VI EREDS. Foto: Romênia Gomes

O VI Encontro Regional de Engenharia e Desenvolvimento Social – EREDS Nordeste começou nesta quarta-feira (2), no campus Juazeiro do Norte da Universidade Federal do Cariri (UFCA). Este ano o tema do evento é “Engenharia Contemporânea: Dinâmica Social e Urbana” e conta com a participação de estudantes de diversas universidades.

O Encontro teve início às 9h30 com a apresentação de uma banda cabaçal formada por estudantes do curso de Música da UFCA. Após a abertura, foi realizada a mesa “Engenharia e Processos Urbanos”, com a participação da jornalista Alana Maria, da arquiteta e professora da Faculdade Juazeiro do Norte (FJN), Constance Pinheiro, e da professora da Universidade Regional do Cariri (URCA), Francisca Laudeci. Na ocasião, as participantes discutiram sobre formas de ocupação do espaço urbano das cidades. A jornalista Alana Maria falou sobre suas experiências como ativista e trouxe reflexões acerca da importância do transporte público para o funcionamento da cidade e sua ocupação. Ela também falou sobre a relação das mulheres com a cidade, enfatizando a necessidade de políticas públicas que garantam efetivamente a segurança delas nos espaços públicos. “O pensamento sobre a segurança da mulher precisa integrar as diversas áreas, assim como o pensamento sobre o passe livre no transporte público”, disse.

A professora e arquiteta Constance Pinheiro, falou sobre as intervenções artísticas no espaço urbano. A professora ressaltou a importância da arquitetura enquanto arte, transformando a cidade e provocando os indivíduos sobre sua atuação no espaço público. Segundo ela, “qualquer pessoa pode intervir na cidade e trazer melhorias”. Constance também falou sobre as intervenções artísticas como forma de “desmusealizar” a arte, tornando-a acessível a um público que não teria acesso à arte por meio de exposições de grandes museus e galerias, por exemplo. “O artista quando decide expor sua arte na rua precisa ter uma postura mais crítica sobre o que o cerca”, afirmou.

A professora Francisca Laudeci (URCA) falou sobre processos urbanos e a gentrificação, que é um processo de transformação de centros urbanos através da mudança dos grupos sociais ali existentes, onde sai a comunidade de baixa renda e entram moradores das camadas mais ricas. Laudeci apresentou suas pesquisas junto ao curso de mestrado da URCA e discutiu sobre os impactos sociais de grandes obras do Estado, como o programa Minha Casa Minha Vida, do Governo Federal, através do qual é gerado um impacto psicológico para os indivíduos pelas realocações e pelo desgaste em retomarem suas relações sociais em um novo lugar. Segundo ela, a realocação obriga as pessoas a se reinventarem em suas relações de trabalho e de convivência com o outro.

O evento, que vai até o dia 4 de maio, busca promover a interação entre as instituições de ensino e pesquisa, de setores públicos e privados, dos movimentos sociais e da própria sociedade civil, com o intuito de se constituir como um meio de diálogo sobre a demanda pública e popular de tecnologia com fins sociais de forma emancipadora. Além de mesas redondas, o evento conta com a realização de oficinas, minicursos e rodas de conversas.