Seminário O Golpe de 2016 e o Futuro da Democracia reflete sobre história e política

Publicado em 11/04/2018. Atualizado em 31/10/2022 às 11h14

A abertura do evento ocorreu no auditório da ADUFC. Foto: Lícia Maia

Na tarde desta terça-feira (10), teve início o Seminário “O Golpe de 2016 e o Futuro da Democracia”, no auditório da ADUFC, ao lado do campus Juazeiro do Norte da Universidade Federal do Cariri (UFCA). O evento, organizado por um coletivo de professores, em parceria com a Divisão de Direitos Humanos e combate às Opressões da Pró-reitoria de Cultura (PROCULT), e com apoio da Associação dos Docentes da UFC e da UFCA (ADUFC) busca pensar a realidade atual, trazendo reflexões sobre a crise política no país.

Participaram da abertura do evento, com a mesa redonda “1964 e 2016: Contextos, aproximações e distanciamentos”, a professora Helena Serra Azul, vice-presidente da ADUFC, Ada Cristina Pontes Aguiar, gerente da Divisão de Direitos Humanos e combate às Opressões da PROCULT, e os representantes do Centro Acadêmico da Administração Pública, Yago Nunes, e do Sindicato dos Trabalhadores das Universidades Federais do Estado do Ceará (Sintufce), Wagner Pires.

Segundo a professora Helena Serra Azul, mesmo com o fim da ditadura militar, ficaram resquícios autoritários no país e, desde 2013, acontece um processo de desgaste político que criou um clima de instabilidade favorável a um novo golpe de estado. Para a professora, existem muitas semelhanças entre o período anterior ao golpe de 1964 e o momento atual, dentre elas estão a não aceitação, pelo segmento de direta, das propostas de distribuição de renda e os acordos motivados por interesses americanos, como a exploração do pré-sal brasileiro na Bacia de Santos-RJ.

Para o estudante e representante do Centro Acadêmico da Administração Pública, Yago Nunes, a classe trabalhadora vem sofrendo vários ataques desde 2016: “A situação no país é lamentável, os estudantes também estão sofrendo com o desmonte da educação”, afirmou.

O representante do Sindicato dos Trabalhadores das Universidades Federais do Estado do Ceará (Sintufce), Wagner Pires, analisou a realidade brasileira, observando que desde a República Velha existe uma alternância das elites no poder: “O Estado brasileiro é constituído para satisfazer as elites, não o povo”, disse. Wagner afirmou ainda que o cenário que se desenha desde 2016 é um projeto contra os direitos sociais, e citou o caso das pedaladas fiscais, que foi usado para justificar o processo contra Dilma Rousseff, e deixou de ser considerado crime pelo ministério público apenas dois dias após o impeachment.

O estudante de jornalismo, Aparecido Juscelino, avaliou a importância do evento e a necessidade de trazer as discussões sobre a democracia para o dia a dia, na convivência pessoal e também nas salas de aula. “É urgente o resgate da educação popular e formação política”, afirmou.

O evento continua na tarde desta quarta-feira (11), com a mesa redonda “O Golpe de 2016: jurídico, midiático, econômico…”, com a participação dos professores Marcelo Bezerra, do curso de Administração Pública da UFCA, Celestino França, do curso de Jornalismo da UFCA, e Emiliano Aquino, da Universidade Estadual do Ceará (UECE).

No dia 12 de abril, encerrando o evento, o professor Augusto Tavares, do curso de Administração Pública da UFCA, a professora Patrícia Oliveira, da Universidade Regional do Cariri (URCA) e da Frente Povo Sem Medo, e Roberto Cunha, professor do curso de Filosofia da UFCA e da Frente Brasil Popular, compõem o debate na mesa redonda “O Futuro da Democracia no Brasil”.

As mesas redondas ocorrem sempre de 14h às 18h, no auditório da ADUFC (ao lado do estacionamento do campus Juazeiro do Norte da UFCA). As inscrições podem ser feitas via formulário eletrônico ou no local do evento.