Projeto “Quintal de Ofícios” produz documentários sobre artesanias e saberes populares da região do Cariri

Publicado em 13/08/2021. Atualizado em 31/10/2022 às 16h08

Cena do primeiro documentário do projeto Quintal de Ofícios

No Cariri cearense, o artesanato e o saber popular vivem nas mãos de mestras e mestres que aprimoraram a habilidade de aprender a usar a madeira, o barro e o flandre pela imitação. A sabedoria popular sobrevive também na ancestralidade das parteiras, que carregam o conhecimento de entender e receber o nascimento de uma vida. 

O projeto Quintal de Ofícios, uma parceria da Pró-Reitoria de Cultura da Universidade Federal do Cariri (Procult/UFCA) com o Centro Cultural Banco do Nordeste (CCBNB), apresenta, por meio de documentários, histórias de artesãs, artesãos e de uma parteira que preservaram as práticas populares nos trabalhos que desenvolvem.

A intenção é apresentar as narrativas dos que herdaram o saber popular pela experiência, evocando a lembrança da sua comunidade e atravessando esse universo. Com o objetivo de difundir conhecimentos, a ideia é possibilitar a visibilidade e a valorização das práticas tradicionais e incentivar a sua preservação.

“[Queremos] fugir um pouco das linguagens artísticas, como a música, que já temos muito conteúdo produzido. E também [queremos] pensar nesses artesãos, que continuaram o trabalho dos seus antecessores”, ressaltou o pró-reitor adjunto de Cultura da UFCA, Gustavo Ramos, que também está à frente da equipe dos documentários. 

Pensando nisso, os mestres e mestras foram selecionados a partir da diversidade dos ofícios, conforme explicou a estudante de jornalismo da UFCA, Bibiana Belisário, que também está à frente da produção audiovisual. São quatro documentários, divididos entre artistas populares do barro, da madeira, do flandre, além de uma parteira. 

Série de documentários 

O primeiro foi lançado neste mês de agosto com as mestras Fran e Dôra, artesãs do barro (Link para uma nova página). O segundo, em edição, estará disponível em setembro, com o mestre Graciano, da madeira. O terceiro, em produção, apresentará o mestre Cícero flandeiro (do flandre) em outubro. Já em novembro será a vez da parteira. A equipe aguarda a confirmação da mestra Maria Bernardino. Todas as produções ficarão disponíveis no Youtube do CCBNB (Link para uma nova página).

“[Eles são apresentados] a partir da perspectiva de que hoje esse trabalho é feito por uma construção e referência que essas pessoas tiveram dentro de casa ou da cidade/comunidade onde cresceram. A Fran e a Dôra, do barro, são filhas da Mestre Maria de Lourdes Cândido, que já faleceu. Hoje elas dão continuidade a esse ofício que aprenderam na infância, assim como o Francisco Graciano, que é o mestre do próximo lançamento e é filho de um dos maiores escultores do Estado do Ceará, o Manoel Graciano, já falecido também”, detalhou Bibiana. 

Equipe do projeto

De acordo com Gustavo Ramos, o projeto foi proposto pela Procult/UFCA para o CCBNB, por meio da parceria que já existe entre as duas instituições, levando em consideração o momento atual de suspensão das atividades presenciais em virtude da pandemia da covid-19. “A gente propôs esta nova atividade pensando que todas as atividades teriam que ser realizadas em ambiente virtual e que toda a programação está sendo disponibilizada através do canal do Youtube do CCBNB”, explicou. 

Além de Gustavo e Bibiana, que conduzem toda a produção, direção e edição dos documentários, o projeto conta com o apoio dos núcleos de Produção Cultural e de Comunicação da Procult/UFCA. Já o CCBNB, entra com o apoio financeiro, que consiste em cachê disponibilizado aos mestres e às mestras e ajuda de custo para viabilizar a produção dos documentários.   

Primeiro Documentário

Sinopse

BARRO

Maria das Dores Monteiro de Araújo
Maria do Socorro Candido Monteiro
Maria Cândido – Ciça do Barro Cru (tia) in memoriam

Nesta primeira edição, apresentamos a arte popular em barro, por meio de Maria das Dores Monteiro – Dôra e Francisca Monteiro – Fran, filhas da Mestra Maria de Lourdes Candido (1939 – 2021). O ofício, desenvolvido a princípio pela mãe em Juazeiro do Norte (CE) na década de 1970, se perpetua até hoje, ganhando vida no fazer das filhas.

A tradição da família Cândido está nos temas, que consistem em placas de barro com personagens inspirados em sua maioria nas manifestações culturais e na religiosidade popular, mas foram os brinquedos de barro, como cavalinhos e panelinhas, que iniciaram as filhas da mestra na tradição.

Ficha técnica  

Direção, Fotografia
Bibiana Belisário
Gustavo Ramos

Roteiro, Montagem
Bibiana Belisário

Intérpretes de Libras
Supervisão: Raule Sousa
Intérpretes de Libras: Andreína Severo

Animação e Artes
Supervisão: Gabriela Catunda
Criação e finalização: Ruan Caldas

Edição de Áudio
Rômulo César

Trilha Sonora
Ficha técnica • vinheta
Supervisão: Cleiviane Vasconcelos
Composição: Rômulo César e Wesley Santana
Direção e produção musical: Rômulo César
Mixagem: Rômulo César e Wesley Santana
Músicos:
Percussão: Rômulo César
Violino: Wesley Santana

Serviço

Pró-Reitoria de Cultura (Procult/UFCA)
procult@ufca.edu.br