Programação com ações do Geopark Araripe segue até quinta (1º) na UFCA

Publicado em 30/10/2018. Atualizado em 31/10/2022 às 11h20

Lícia Maia (DCOM/UFCA)

O evento “Geopark Araripe: um território diverso” teve início, nesta terça-feira (30), no campus Juazeiro do Norte da Universidade Federal do Cariri (UFCA). Até quinta-feira (1º), a comunidade terá acesso a atividades lúdicas promovidas pelo projeto Geopark Araripe, da Universidade Regional do Cariri (Urca). A programação prevê atividades como pintura do pássaro Soldadinho do Araripe; replicação de fósseis; cuidados com a pele com recursos extraídos da Chapada do Araripe e trilha ecológica por geossítios. A presença nas atividades será certificada. Veja a programação completa.

Segundo a assessora para assuntos de educação do Geopark Araripe, Maria Neuma Galvão, o projeto foi convidado pela UFCA para que a comunidade acadêmica conhecesse as ações desenvolvidas pelo geoparque nos seus principais eixos de atuação, que são a geoconservação, o geoturismo e a geoeducação: “Cada um dos 6 municípios que estão na área do geoparque tem especificidades que precisam ser preservadas. É para isso que o Geopark Araripe atua”, disse.

A mesa de abertura da programação teve início às 9h30, com a presença do Pró-Reitor de Planejamento e Orçamento (Proplan/UFCA), Jeová Torres; do Coordenador de Gestão da Sustentabilidade da Proplan/UFCA, Dimas de Castro; do Chefe da Divisão de Educação para a Sustentabilidade da CGS-Proplan/UFCA, Diego Coelho; da Chefe da Divisão de Logística Sustentável da CGS-Proplan/UFCA,Thamara Martins e do geólogo, professor da Urca e Coordenador Executivo do Geopark Araripe, Idalécio de Freitas.

Em sua fala, o Pró-Reitor Jeová destacou o compromisso da UFCA com a preservação do patrimônio (i)material e da sustentabilidade: “A UFCA tem a missão de formar não só profissionais, mas profissionais que sejam cidadãos comprometidos com o desenvolvimento sustentável”, disse. Na sequência, Dimas de Castro reiterou que a UFCA “leva a sustentabilidade bem a sério”, seguido por Diego Coelho, que ressaltou a “importância de a comunidade acadêmica externa à Urca ter conhecimento das iniciativas do Geopark Araripe”. A professora Thamara Martins, por sua vez, agradeceu a disponibilidade da organização do geoparque em promover a programação educativa na UFCA.

Na primeira palestra após a mesa de abertura, o professor Idalécio de Freitas trouxe dados geológicos sobre a Bacia do Araripe, que é “a maior do Nordeste brasileiro”, e apresentou cada um dos 9 geossítios do Geopark Araripe. Além disso, o professor contou a história da descoberta, no Cariri, de um fóssil da ave mais antiga achada no Brasil, do gênero Enantiornithes, com 115 milhões de anos. Antes, fósseis dessa ave já haviam sido encontrados na Espanha e na China, “o que prova que a Pangeia [continente único na Era Paleozoica que teria dado origem aos continentes atuais] de fato existiu, já que seria improvável a viagem de um pássaro entre o Cariri e a China nas distâncias atuais”.

Já na segunda palestra, a professora Maria Neuma Galvão trouxe detalhes das oficinas oferecidas pelo Geopark Araripe, que já produziu biojoias, réplica de fósseis e até livros sensoriais para pessoas cegas. “São atividades que, de forma lúdica, chamam a atenção para as diferentes riquezas da Bacia do Araripe, o que aproxima a comunidade desses temas”. A professora também falou sobre a promoção de uma colônia de férias promovida no Centro de Interpretação e Educação Ambiental, no Crato, com jogos, oficinas, gincanas, contações de histórias e brincadeiras. “Quem tiver interesse nessas ou em outras ações do Geopark Araripe pode visitar a nossa sede, no bairro Pimenta, no Crato. Além das oficinas e palestras, nós incentivamos o geoturismo e é possível conseguir guias para grupos de visitantes que queiram conhecer os geossítios. Basta agendar o dia e combinar os honorários do profissional”, afirmou Maria Neuma.

Geopark ou Geoparque?

A expressão “Geopark”, com k, é um reconhecimento internacional – concedido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) – a áreas essenciais para a história da Terra e sua preservação. Essas localidades, em todo o mundo, formam a a rede Global Geopark Networks. No Cariri, uma região de 6 municípios na Chapada do Araripe (Barbalha, Crato, Juazeiro do Norte, Missão Velha, Nova Olinda e Santana do Cariri) foi a primeira nas Américas a ser reconhecida pela Unesco como um Geopark. Essas regiões também podem ser chamadas, no Brasil, pelo termo em português, “geoparque”. Ao todo, o Geopark Araripe tem 3.796 km² de território definido, com 9 geossítios de imenso valor científico, histórico, cultural e ambiental. A gestão do Geopark Araripe está a cargo da Universidade Regional do Cariri (Urca) e, portanto, é financiada com verbas do governo estadual.

Serviço

Rua Carolino Sucupira, S/N – Pimenta, Crato
Horário: de 8h as 18h 
Telefone: (88) 3102.1237