Plano de Cultura da UFCA orienta as políticas culturais na universidade até 2024

Publicado em 07/05/2020. Atualizado em 08/11/2022 às 17h02

Foto: Lícia Maia - Arquivo DCOM/UFCA

Há quase um ano, em julho de 2019, a Universidade Federal do Cariri (UFCA) aprovou o Plano de Cultura da instituição (link para uma nova página). O documento, organizado a partir de um longo trabalho desenvolvido pela Pró-Reitoria de Cultura (Procult), órgão institucionalmente responsável pela dimensão da Cultura na UFCA, é um instrumento legal que regulamenta, orienta  e busca consolidar as políticas culturais da UFCA durante os próximos cinco anos, ou seja, até 2024.  

“Umas das primeiras tarefas que o plano nos impôs foi a elaboração de um plano de ação, estabelecendo metas e indicadores para a política prevista e desenhando caminhos para os mecanismos de acompanhamento e avaliação”, explicou o pró-reitor adjunto da Procult, Gustavo Ramos Ferreira, que também é coordenador de Política e Diversidade Cultural da Pró-Reitoria. Dessa forma, foi possível obter o retrato da cultura na universidade, demandando um novo planejamento para a instituição nessa dimensão. 

Atualmente, o documento está dividido em nove grandes tópicos, que se dividem entre discussões mais políticas e teóricas do plano e planejamento prático daquilo que foi definido: Introdução (aborda a metodologia de elaboração do plano); Objetivo Geral e Diretrizes do Plano de Cultura da UFCA; Panorama Institucional da Cultura (2013-2018) na UFCA; Justificativa e Fundamentação teórica do documento; Pilares de atuação da Cultura na UFCA; Políticas Culturais da UFCA e os eixos temáticos; Gestão, sustentabilidade e avaliação do plano; Objetivos e ações do plano e Referências bibliográficas.

Dessa forma, os pilares de atuação da Cultura na UFCA, até 2024, dividem-se entre eixos temáticos e eixos de atuação. O primeiro define que a Procult atua a partir dos seguintes temas: Linguagens Artísticas; Educação Científica; Crítica Social; Diversidade Cultural; Patrimônio e Memória;  Entretenimento e Convivência; Idiomas e Culturas Estrangeiras; Corpo, Culturas do Movimento e Práticas Esportivas; Cultura e Sustentabilidade. Já nos eixos de atuação, ficou definido que a Procult trabalha com debates e reflexões; formação; fruição (ações que promovem a apreciação cultural); experimentação; pesquisa e gestão.  

No momento de colocar tudo isso em prática, entra em cena os objetivos e as ações do Plano de Cultura. No documento, é possível ter acesso a diversas ações, com os respectivos objetivos, eixos de atuação, prazos e responsáveis. Entre essas ações práticas, estão a promoção de agendas de debate sobre temas emergentes da cultura, a ampliação dos programas com foco nas linguagens artísticas, a manutenção de programas já existentes e dos editais de bolsas para projetos anuais de cultura, a produção de indicadores culturais para avaliar as ações desenvolvidas, a avaliação anual de ações, entre outras atividades que devem ser desenvolvidas até o fim da vigência do atual plano. 

Construção do plano

Desde a criação da Procult, juntamente com a criação da UFCA, em 2013, houve dois momentos de reflexão sobre a política de atuação da Pró-Reitoria, segundo Gustavo Ramos. O primeiro, durante a criação do órgão, traçando o caminho para a institucionalização da Cultura na universidade. E o segundo, na ocasião da publicação do edital Mais Cultura na universidade pelo Ministério da Educação e o então Ministério da Cultura, quando foi elaborado um plano de ações de articulação com os docentes da UFCA. 

Esse planejamento passou a integrar o Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) da UFCA, no entanto, conforme o pró-reitor adjunto de Cultura, não teve como ser executado em grande parte, porque o Governo Federal não repassou os recursos garantidos em edital.

Depois disso, no final de 2016, a Procult sentiu a necessidade de organizar a própria atuação. “Tínhamos dois objetivos: organizar conceitualmente a política (o que fazemos, por que fazemos, como fazemos) e planejar a atuação para os próximos cinco anos (o que fazer, quando fazer, com quem fazer)”, explicou Gustavo. Desde então, os trabalhos para construção do plano se iniciaram, alinhado a diversos regimentos da UFCA e de outros órgãos da Cultura, como o Plano Nacional de Cultura, o Plano Nacional de Educação, o Plano Estadual de Cultura, a Carta de Princípios da UFCA, o Estatuto da UFCA, o Planejamento Estratégico Institucional (PEI), o Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) e o Projeto Pedagógico Institucional (PPI).

A construção do plano, conforme Gustavo Ramos, ocorreu entre o final de 2016 e o meio do ano de 2019 e contou com planejamento; nove seminários temáticos com nomes da Cultura no cenário nacional e estadual, realizados em 2017; uma escrita preliminar do documento no primeiro semestre de 2018; a revisão do documento preliminar pelos palestrantes dos seminários temáticos no segundo semestre de 2018; a revisão do texto preliminar pela equipe com base nas contribuições dos palestrantes ainda em 2018; a consulta pública em ambiente virtual em 2019; o fórum aberto de cultura em cada campi em 2019 e, finalmente, a apreciação e a aprovação pelo Conselho Universitário da UFCA em julho de 2019. 

Na opinião do pró-reitor adjunto, a opção por fazer um plano que contasse com ampla participação da comunidade acadêmica surgiu pelo próprio princípio de participação que está presente nos instrumentos legais da UFCA e da Cultura, como o Plano Nacional de Cultura e o PDI. E também pelo entendimento da cultura na dimensão antropológica. “Entendemos a cultura na sua dimensão antropológica, e, dessa forma, a política é objeto de seus interessados: a comunidade acadêmica (servidores e discentes) e a comunidade impactada pela universidade (de forma imediata o território do Cariri). Entender a multiplicidade de interesses, demandas e manifestações culturais só é possível se garantirmos a participação destes nos debates e na construção do documento”, ressaltou.

Desafios

Na opinião de Gustavo Ramos, um dos desafios enfrentados para colocar em prática o Plano de Cultura é manter o documento vivo no cotidiano da universidade. “Muitas ações são realizadas, todavia nem sempre o público percebe que a ação emerge de um plano.

O plano exige uma nova dinâmica na organização, planejamento e realização das ações”, explicou. Além disso, no momento atual, as atividades do plano de ação definido no Plano de Cultura foram impactadas por conta da suspensão de atividades presenciais por tempo indeterminado não só na universidade, mas em outras instituições, devido à pandemia da Covid-19. Mesmo assim, a Procult tem buscado se adaptar ao novo momento, mantendo as ações possíveis e implementando outras, como o projeto UFCA em Movimento.

Durante os cinco anos de vigência do plano, estão programadas avaliações das metas, indicadores, público, beneficiários, impactos. A previsão, conforme Gustavo,  é que a partir do quarto ano vigente, a Procult inicie os trabalhos para o plano do período seguinte. “Idealmente, o próximo plano será uma atualização. Mas somente o diagnóstico que resulta das avaliações poderá definir”, afirmou.

Serviço

Pró-Reitoria de Cultura (Procult)
procult@ufca.edu.br